Suposto guarda do campo de concentração de Auschwitz é preso

07/05/2013 10:54

Um suposto ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz foi preso na Alemanha, anunciou nesta segunda-feira a promotoria de Stuttgart (sul).

"As forças da polícia criminal de Baden Wurtemberg, cumprindo uma ordem da promotoria de Stuttgart, prenderam em sua residência um ex-funcionário do campo de concentração de Auschwitz, de 93 anos, que fazia parte do serviço de guardas desde 1941 até seu fechamento, em 1945, e que é suspeito de cumplicidade em assassinatos", afirma a promotoria em um comunicado.

Um médico examinou o suspeito e, apesar de sua idade

avançada, o considerou capaz de permanecer preso, segundo um porta-voz da promotoria.

A identidade do suspeito não foi fornecida, mas, segundo a imprensa alemã, trata-se de um homem chamado Hans Lipschis, nascido na Lituânia, e que vive e Aalen, sudoeste da Alemanha.

Em seu relatório 2013, o Centro Simon Wiesenthal, que persegue os antigos nazistas, coloca Lipschis na 4ª posição na lista dos criminosos mais procurados.

O centro afirma que ele serviu no batalhão da SS entre 1941 e 1945, e que participou "em massacres e perseguições de civis inocentes, principalmente judeus".

Segundo uma matéria do canal público SWR, Lipschis assegura ter trabalhado em Auschwitz como cozinheiro e não como guarda.

De acordo com o jornal Die Welt, Lipschis foi naturalizado pelo regime nazista. Foi morar nos Estados Unidos em 1956 e viveu em Chicago até sua extradição para a Alemanha, em 1983.

Consultado pela AFP, o caçador de nazistas francês Serge Klarsfeld, vice-presidente da Fundação para a Memória da Shoah, disse estar "dividido entre seu conceito de justiça e a necessidade de perseguir os criminosos de guerra até seu suspiro".

"São necessários testes e documentos para incriminá-lo, e estimo que, sem dúvida, haverá mais testemunhas para indiciá-lo", afirmou.

Klarsfeld recordou que os guardas de Auschwitz foram absolvidos depois da guerra.

"A justiça alemã poderia ter julgado depois da guerra os dirigentes dos campos de extermínio, mas não o fez", acrescentou.

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